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Wahhabismo - Programados para destruir a história

Atualizado: 1 de nov. de 2023

-Wahhabismo é um movimento Islâmico Sunita, criado no século XVIII e geralmente é descrito como ortodoxo, ultraconservador, extremista, austero, fundamentalista

e puritano.


Propõe-se a restaurar aquilo que, na sua visão, seria o culto monoteísta puro e por isso seus seus seguidores muitas vezes opõem-se ao termo wahhabismo, por considerá-lo pejorativo, preferindo ser chamados de salafitas ou muwahhid.


Mas, de onde veio esse termo ?


Essa denominação do movimento veio através de um líder religioso e teólogo chamado Muḥammad ibnʿAbd al-Wahhāb (1703 -1792).


Ele foi o criador de um movimento revivalista na região remota e pouco povoada de Négede - a região central da península Arábica, no centro da Arábia Saudita.


A cidade mais importante da região do Négede é Riade, capital da Arábia Saudita.



Emirado de Negéde - Arábia Saudita -- Por TUBS, Don-kun, David First - Este desenho vetorial inclui elementos que foram usados ou adaptados de:, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=100970390
Al-Wahhāb defendia a purificação do islamismo para devolvê-lo às suas raízes do século VII, por meio de uma purga de práticas tais como, o culto popular dos santos, de santuários e a visitação de túmulos de entes queridos, que eram generalizadas entre os muçulmanos, mas que Wahhab considerava como idolatria ou inovações incompatíveis com os preceitos islâmicos.

Ver os meus artigos abaixo para entender melhor o contexto do Sec. VII em diante:


Hassan-i Sabbah - O velho da montanha de Alamut-A Ordem do Assassinos e a conexão com os Cruzados #1



Hassan-i Sabbah - O velho da montanha de Alamut-A Ordem do Assassinos e a conexão com os Cruzados #2



Posteriormente, Wahhab estabeleceu um pacto com um líder local chamado de Muhammad bin Saud, oferecendo-lhe obediência política e garantindo que a defesa e a propagação do movimento wahhabita significariam poder e glória e o domínio de terras e homens.


Foi a partir daí que se deu o nome Saud ITA -- a partir da fundação da Casa de Saud (em árabe آل سعود‎; romanizado como Āl Suʿūd) ou seja a casa real no poder na Arábia Saudita desde a criação do país em 1932.


A história dos Al Saud foi marcada por um desejo de unificar a península arábica e para espalhar a sua versão particular do islã, ´pois a família tinha governado a região de Négede, entrando em conflito em várias ocasiões com o Império Otomano.


A Casa de Saud defende a metodologia salafi do islã, e está ligada com a família do xeque Muhammad bin Abdul-Wahhab através do casamento de Muhammad bin Saud com a filha de Muhammad Abd al Wahhab, em 1744.


A Arábia Saudita foi criada em 1932 quando Ibn Saud, que desde 1927 era rei de Hejaz e Négede, unificou a região.


Atualmente, o chefe da Casa de Saud é o Rei da Arábia Saudita, que serve como Chefe de Estado e monarca do Reino da Arábia Saudita.


O rei detém o poder político quase absoluto, nomeia ministros para seu gabinete que supervisionam seus respectivos ministérios em seu nome e os principais ministérios da Defesa, do Interior e das Relações Exteriores são geralmente ocupados por membros da família Saud, assim como todos os treze governos regionais.


NOTA:


Em junho de 2015, a Forbes listou o empresário Príncipe Al-Waleed bin Talal, neto de Abdulaziz, o primeiro rei da Arábia Saudita, como o 34º homem mais rico do mundo, com patrimônio líquido estimado em US$ 22,6 bilhões.


Em 2020, o patrimônio líquido combinado de toda a família real foi estimado em cerca de US$ 100 bilhões, o que os torna a família real mais rica entre todos os monarcas, bem como uma das famílias mais ricas do mundo.

Embora algumas estimativas da riqueza da família real coloquem o valor em até US$ 1,4 trilhão, o que inclui participações na Saudi Aramco.



As estimativas do número de adeptos ao wahhabismo variam, com uma fonte que dá um valor de cinco milhões de wahhabitas na região do Conselho de Cooperação do Golfo.

De acordo com a Universidade de Columbia, a maioria dos wahhabitas do Conselho do Golfo estão no Catar, nos Emirados Árabes Unidos (EAU) e na Arábia Saudita.


No Catar, a família Al-Thani, que governa o país desde 1878, ascendeu graças ao wahhabismo, tendo também sido ajudada pela presença do Império Otomano. Deu-se a instauração da Xaria segundo interpretação wahhabita e o poder foi centralizado.

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De acordo com estimativas, 46,87% da população do Catar e 44,8% dos habitantes dos EAU são wahhabitas, enquanto que 5,7% da população do Bahrein e 2,17% dos kuwaitianos também são parte do movimento.



Os wahhabitas são a minoria dominante da Arábia Saudita.


Há 4 milhões de wahhabita sauditas, ou 22,9% da população do país, concentrados em Négede

Com a ajuda de financiamento das exportações de petróleo (e outros fatores), o movimento sofreu um crescimento explosivo partir da década de 1970 e agora tem influência em todo o mundo.


Assim sendo, o wahhabismo é acusado de ser uma fonte de terrorismo global, e por causar desunião na comunidade muçulmana, rotulando os muçulmanos não-wahhabitas como apóstatas.


Os limites que determinam o wahhabismo têm sido classificados como difíceis de identificar, mas no uso contemporâneo, os termos 'wahhabitas' e 'salafitas' são muitas vezes usados como sinônimos e considerados movimentos com diferentes raízes que se fundiram a partir dos anos 1960.


Além de espalhar o medo e o terror nas cidades que conquistaram, os extremistas do grupo Estado Islâmico também se preocupam em destruir a cultura daqueles que consideram inimigos. Os alvos dos jihadistas são museus com obras de arte milenares.





Entendendo o Salafismo e os jihadistas


Salafismo (em árabe: سلفي; salafī, "predecessores" ou "primeiras gerações") ou movimento salafista é um movimento ortodoxo, internacionalista e ultraconservador dentro do islamismo sunita.


A doutrina pode ser resumida por ter "uma abordagem fundamentalista do Islã, emulando o profeta Maomé e seus primeiros seguidores".


Eles apoiam a aplicação da Xaria (lei islâmica) e o movimento é frequentemente dividido em três categorias: o maior grupo são os puristas, que evitam a política; o segundo maior grupo são os ativistas, que se envolvem na política; o menor grupo é o dos jihadistas.


O movimento salafista é muitas vezes descrito como sendo sinônimo de wahhabismo, mas salafistas consideram o termo "wahhabi" depreciativo, mas o mais aceito é que o salafismo também é como um híbrido do wahhabismo e de outros movimentos pós-1960.

Já, os jihadistas salafistas defendem a jihad (habitualmente entendida como "guerra santa" travada contra os inimigos da religião muçulmana) como uma expressão legítima do islamismo contra aqueles que consideram inimigos de sua religião


Alguns defendem que foi Muhammad ibn Abd-al-Wahhab quem na generalidade divulgou na Arábia Saudita um islamismo que visava recuperar os princípios basilares do Islão desde a sua fundação, embora este reformismo aparente do wahhabismo fosse mais um voltar ao rigorismo interpretativo do Alcorão e não tanto a um reformismo ideológico consensual, como defendiam os salafistas.


O wahhabismo também tem sido considerado como uma orientação particular dentro salafismo, ou um braço saudita ultra-conservador do salafismo.


No entanto, pesa o fato de que estes também gostam de se denominar de salafistas (ou mais propriamente de salafis), mas esta designação é mais etimológica (um caso de coincidência do significado de palavras) do que doutrinária e tem pouco a ver com as ideias e ideais dos primeiros intelectuais e precursores ideológicos do salafismo.


O salafismo começou a crescer na Turquia Otomana na Primeira Guerra Mundial.


Com o pretexto de evitar a estratégia secular de dividir para conquistar os islâmicos depois da guerra, algo que foi neutralizado parcialmente com Mustafa Kemal Atatürk - Primeiro Presidente da Turquia - Nação atual, criada em 1922 - Falaremos desse episodio em outro artigo.


A influência wahhabita na Arábia Saudita, no entanto, permanece materializada nas roupas, no comportamento público e na oração pública, podendo ser percebidas até hoje.


Dreyfuss acusa o salafismo de ser um movimento totalitário que emergiu do apoio ocidental.


A divulgação e crescimento do Islã no início do século XX em grande parte foi a responsável pelo sucesso do movimento wahhabita ao inspirar os ideais do movimento Irmandade Muçulmana (Ikhwan), a Al-Qaeda e o Estado Islâmico do Iraque e do Levante.


Após a unificação saudita, o pacto entre os saudis e os wahabis, o wahabismo se tornou a seita dominante da Arábia Saudita, que com a descoberta do petróleo na década de 1920 se tornou um dos mais poderosos países árabes, exportando além do petróleo, o wahabismo para o mundo todo. Influenciado pelo wahabismo e outras doutrinas, no século XX surgiu o movimento conhecido como ‘Jihadismo’, ou seja, matar todos aqueles que não são muçulmanos ou que se apostataram do islam para trazer de volta o califado. É nesse contexto que surge o grupo Estado Islâmico.

O vídeo abaixo mostra a destruição da Citadela de Alepo, na Síria. Este vídeo da CNN mostra a destruição da tumba do profeta Jonas, no Iraque, local sagrado para as três religiões monoteístas



Os dois vídeos abaixo mostram fumaça sobre a mesquita Khaled Ibn Walid, na Síria e a destruição dentro do templo.



Budha em 1963 e em 2008, após ser destruído pelo Taleban (Afeganistão)

O que é o Estado Islâmico? - Folha Explica #7

Estado Islâmico e o extermínio étnico no Iraque


Único morador que ficou em cidade tomada pelo Estado Islâmico conta como foi encontro com jihadistas


Yazidis contam como enfrentaram Estado Islâmico antes de fugir para montanhas


Porque são perseguidos os yazidis?


A história do novo líder do Estado Islâmico









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FLAVIO AMATTI FILHO - PESQUISADOR - EQUIPE ARQUEOHISTÓRIA

Obrigado pela leitura e até o próximo POST

Um abraço

FLAVIO AMATTI FILHO














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