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Foto do escritorFlávio Amatti Filho

A Dinastia Paleóloga - A última Dinastia do Império Bizantino (Império Romano do Oriente) - parte 1

Atualizado: 1 de nov. de 2023

Você sabia que o Império Bizantino foi o único império, a oeste da China a sobreviver da Antiguidade até o início da era Moderna e que a Dinastia da família dos Paleólogos sucateou com os outros reinos e Impérios a massa falida do Império Bizantino em troca de "favores" ?

Entendendo o Contexto:


O Império Bizantino surgiu da divisão do Império Romano, quando esse estava no auge da sua expansão; e pelas dificuldades de manter esse imenso território que de tão extenso, só para se ter uma ideia, compreendia quase toda a Europa, o norte da África, e uma parte da Ásia. Manter todas essas regiões sobre proteção dos constantes ataques Bárbaros era além de difícil, muito caro e principalmente, de grande complexidade política.


Migrações bárbaras em território romano entre os séculos IV e V

O Saque de Roma em 410, perpetrado pelos visigodos, foi a primeira vez em 800 anos que a capital romana caiu para um inimigo estrangeiro.

Vila romana na Gália saqueada por hunos.

Saque de Roma em 455 pelos vândalos.

O anjo da morte golpeia uma porta durante a Peste Antonina em 165


Sendo assim, foi com o imperador Diocleciano (284 a 305) que assumiu esse período altamente complicado quanto a gestão do Império Romano, criando uma ideia de divisão e compartilhamento dos territórios conquistados, chamado de TETRARQUIA, ou seja, um governo formado por quatro personalidades de grande confiança do imperador, (generais romanos), onde cada um iria gerir um pedaço desse imenso território que constituía o Império Romano até aquele momento; e com isso encontrar a obtenção do controle, da paz social e o domínio sobre a política.


O Processo de Divisão do Império Romano:


A Tetrarquia, deu início ao processo de separação do Império Romano em partes Autônomas e Inter Dependentes.



Arco do triunfo em homenagem a Tetrarquia em Sbeitla, na Tunísia

Com o afastamento de Diocleciano (abdicou ao poder no ano de 305, pois estava muito doente e enfraquecido fisicamente e também politicamente. Com isso veio seu sucessor interino, o imperador Constâncio I (305 a 306), também conhecido como Constâncio Cloro, pai de Constantino I e de nome completo, FLAVIO Valério Constâncio, e após mais dois imperadores terem assumido o império romano, a saber; Maximiano (286 a 305) e Galério (305 a 311), o Império Romano é assumido pelo filho de Constâncio Cloro; Constantino I (307 a 337), que viveu boa parte de sua infância e juventude na corte do imperador Diocleciano.


Diocleciano - O Imperador que realizou a mais sangrenta perseguição aos cristãos.

Constantino I, o Grande - O Primeiro Imperador Romano Cristão

ROMA e o CRISTIANISMO:


Cabe aqui uma pausa e notar que ambos, Diocleciano e Constantino I, tiveram uma postura distinta em relação a religião cristã.


A Conversão de Constantino I por Peter Paul Rubens

A última oração dos mártires cristãos, por Jean-Léon Gérôme (1883). A Perseguição de Diocleciano tinha o único fim de travar a rápida expansão do cristianismo, e terá sido a mais violenta de todas

Enquanto Diocleciano marcou seu reinado, perseguindo e escravizando e matando os cristãos, Constantino I, cujo nome completo curiosamente é FLAVIO Valério Aurélio Constantino (em latim: Flavius Valerius Aurelius Constantinus) fato esse que nos remete a dinastia dos imperadores Flavianos, os inventores e precursores do cristianismo, Constantino I, se converteu ao Cristianismo sendo considerado o primeiro imperador cristão do Império Romano.



Dessa forma, Constantino I, mudou a capital do Império Romano de Roma para antiga cidade de Bizâncio, rebatizando-a de cidade de Constantinopla em sua alto homenagem (atual Istambul, capital da Turquia) de onde governou até a sua morte em 22 de maio de 337 na cidade de Nicomédia (atual Izmit, Turquia).


Após 6 (seis) dinastias de imperadores Romanos, assume então, Teodósio I (378 e 395) outro imperador cujo nome completo contém "FLAVIO" no nome e que 'coincidentemente', está ligado ao Cristianismo, FLAVIO Teodósio.


Teodosio I, O Grande.

Teodósio oficializou o cristianismo, através do Édito de Tessalônica (380), tornando-a única, oficial e obrigatória em todo império e além disso, em 381, proibiu todos os ritos pagãos (não cristãos) e foi quando evoluiu a ideia da Tetrarquia para a divisão do império em duas grandes partes, sendo:


- Império Romano do Ocidente com capital em Roma e,

- Império Romano do Oriente (Império Bizantino), com capital em Constantinopla.

O NASCIMENTO DO IMPERIO BIZANTINO (ALTOS E BAIXOS):


E foi dessa divisão do Império Romano em duas partes que surgiu o Império Bizantino. Um império que durou 11 séculos (330 a 1453) em todo o seu esplendor e grandeza até o seu declínio sob o gerenciamento da última Dinastia Romana Bizantina; a Dinastia dos Paleólogos (falaremos mais adiante em outra parte desse artigo).



Nos anos de existência do Império Bizantino tivemos, o reinado de Heráclio (610–641), cuja administração e as forças armadas do império foram reestruturadas e o grego foi adotado em lugar do latim, fazendo com que o Império Bizantino se distinguisse da Roma Antiga, na medida em que foi orientado à cultura grega em vez da latina e caracterizou-se pelo cristianismo ortodoxo em lugar do politeísmo romano e o Cristianismo Católico Romano do Império Romano Ocidental.


As fronteiras do império Bizantino mudaram muito ao longo de sua existência, passando por vários ciclos, tanto de declínio, quanto de recuperação.


Até que durante o reinado de Justiniano (527–565), o Império Bizantino alcançou sua maior extensão, após reconquistar até mesmo, muitos dos territórios do mediterrâneo antes pertencentes à porção ocidental do Império Romano, incluindo o norte da África, península Itálica e parte da Península Ibérica.


Ou seja, foram altos e baixos durante a existência do Império Bizantino conforme exemplos abaixo.


Durante o reinado de Maurício (582–602), as fronteiras orientais foram expandidas e o norte estabilizado. Contudo, seu assassinato causou um conflito de duas décadas com o Império Sassânida que exauriu os recursos do império Bizantino e contribuiu para suas grandes perdas territoriais durante as invasões muçulmanas do século VII.


Mais exemplos de altos e baixos: Já durante a dinastia macedônica (século X–XI), o império expandiu-se novamente e viveu um renascimento de dois séculos, mas que chegou ao fim, com a perda de grande parte da Ásia Menor para os turcos seljúcidas, após a derrota na Batalha de Manziquerta em 1071.


Batalha de Manziquerta - 1071 - Bizantinos x Seljuks

No século XII, durante a Restauração Comnena, o império recuperou parte do território perdido e restabeleceu sua dominância. No entanto, após a morte de Andrônico I Comneno (1183–1185) e o fim da dinastia Comnena, no final do século XII, o império entrou em declínio novamente.


Até que recebeu um golpe fatal em 1204, no contexto da Quarta Cruzada, quando foi dissolvido e dividido em reinos latinos e gregos concorrentes.


Uma pintura do século XVI dC de Domenico Tintoretto representando os venezianos atacando as muralhas do mar de Constantinopla em 1204 EC durante a Quarta Cruzada .

Apesar de Constantinopla ter sido reconquistada e o império restabelecido em 1261, sob os imperadores Paleólogos, o Império Bizantino nunca mais foi o mesmo. Teve que enfrentar diversos estados vizinhos rivais por mais 200 anos para sobreviver e paradoxalmente, este período foi o mais produtivo culturalmente de sua história.


Emblema dos Paleólogos

A bandeira da marinha Paleologi, que foi usada desde o século XIV até a queda do Império Bizantino .

Sucessivas guerras civis no século XIV minaram ainda mais a força do já enfraquecido império Bizantino e mais territórios foram perdidos nas guerras bizantino-otomanas, que culminaram na Queda de Constantinopla e na conquista dos territórios remanescentes pelo Império Otomano no século XV.


Pintura que retrata a queda de Constantinopla - Foto Wikimedia Commons

   Desenvolvimento Territorial do Império Bizantino ao longo dos anos

Fim da parte 1 desse artigo - continua na parte 2, não percam!


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FLAVIO AMATTI FILHO - PESQUISADOR - EQUIPE ARQUEOHISTÓRIA

Obrigado pela leitura e até o próximo POST

Um abraço

FLAVIO AMATTI FILHO
















Bibliografia, Fontes e Referencias:


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