Uma placa de argila descoberta em Sippar, no Iraque, em 1899, é considerada o mapa mais antigo do mundo. Foi descoberto nas margens do rio Eufrates e agora está em exposição no Museu Britânico Londres.
A tabuleta de argila danificada data de 600 a.e.c., e retrata uma interpretação inicial do layout do mundo. Com 122 x 82 mm, o pequeno mapa nos dá um vislumbre de como os babilônios viam o mundo ao seu redor.
O artefato contém um mapa do mundo da Mesopotâmia, com a Babilônia no centro, bem como imagens cuidadosamente gravadas e escritas em cuneiforme neo-babiônico. A Babilônia é cercada por dois círculos concêntricos que representam o oceano, chamados de idmar.ra.tum “água salgada” ou “mar salgado”. Oito áreas triangulares nomeadas como a.kish “Regiões” ou “Ilhas” cercam o Mar Salgado.
Conta também com descrições des regiões e de grandes heróis e bestas míticas que nelas habitaram. Os pântanos do sul (suméria) são indicados na parte inferior do mapa por duas linhas paralelas, e uma linha curva perto do topo mostra as montanhas Zagros. O rio Eufrates é mostrado correndo das montanhas acima, através da Babilônia, até os pântanos abaixo, que são a suméria. No centro do mapa estão sete cidades.
1.Montanha - (šá.ki)
2.Cidade - (uru)
3.Uruk (ú.ra.áš.tu)
4.Assíria (kuraš.šurki)
5. Lárish (dēr.tu)
6. Desconhecido
7. Pântano (ap.pa.ru)
8. Elam (šuša)
9. Canal (bit.qu)
10. Bit Yakin (bῑt.ia.ki.nu)
11. Ereki (Ereki.ma)
12. Habban (ha.ab.ban)
13. Babylon (ba.ab.ilim)
14.Oceano (idmar.ra.tum)
15.Muralha (sag.kur.dug)
16.Muralha (sag.kur.dug)
17.Muralha (sag.kur.dug)
3 Ilhas :
18.Lugar do Sol Nascente (ki.utu.maru)
19.O sol está escondido e nada pode ser visto (utu.zimu.ra.bu.ša)
20.Além do voo dos pássaros (mušen.nim.ki)
Acredita-se que o mapa pretendia transmitir todo o conteúdo do mundo, pois como sabemos, para as culturas daquela época, sua região era o mundo. O mapa é importante pois é o único em sua inclusão das ilhas além do oceano, todos os outros mapas encontrados que foram produzidos no mesmo período, não incluíam terras além do oceano, porque o oceano era considerado o fim de todas as terras.
O significado real por trás do conteúdo do mapa é bastante discutido, pois embora muitos dos lugares mostrados estejam com sua localização correta, outros não estão. Alguns creem que o mapa pretende mostrar a visão mitológica do mundo babilônico, não a realidade. As 18 bestas mitológicas mencionadas na escrita no mapa aludem ao épico babilônico da criação, onde o novo mundo foi criado depois que os monstros mitológicos foram expulsos para o “Oceano Celestial”.
Outros ponto importante a se notar é que sabe-se que os babilônios estavam bem cientes de outros povos, como os persas e egípcios, porém, os criadores do mapa excluíram especificamente esses povos. A localização da Babilônia no mapa mostra que os babilônios acreditavam ser o centro do mundo.
A descoberta de artefatos como o Mapa Mabilônico do Mundo pode responder a muitas perguntas sobre os povos antigos, a maneira como viviam e a maneira como viam o mundo, ao mesmo tempo em que abre novas questões. Qual foi o propósito deles ao criar este mapa?
Pretendia-se ser uma interpretação literal do mundo geológico ao seu redor ou uma representação do mundo mitológico em que acreditavam? Perguntas como essas podem nunca ser respondidas, mas nós estaremos sempre buscando tais respostas.
Bibliografia:
Map of the Babylonian World – The British Museum
The oldest map of the world in existence – The Basement Geographer
Cartography – Ancient Wisdom
Coming of Age in the Cartography Evolution – Amusing Planet
The Babylonian World – Cartographic Images
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